Transporte urbano
Rodoviários Pelotas aprovam indicativo de greve
Caso negociações não avancem, a partir da próxima terça-feira a entidade pode se reunir e decidir pela paralisação do serviço
Divulgação -
As negociações sobre o reajuste salarial dos rodoviários deve se estender até dezembro. Na noite desta quinta-feira, na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Pelotas (STTRP), a categoria aprovou o indicativo de greve por não aceitar somente os 4% oferecido como correção para os trabalhadores. Eles pedem um total de 8%, dividido pela metade entre ganho real e perdas da inflação, além de outras garantias. Fechado para qualquer negociação, o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Pelotas (SETRP) trabalha com a correção dos vencimentos a partir do Índice Nacional do Preço ao Consumidor (INPC), ou um acumulado de 4% dos últimos 12 meses.
Com a aprovação do indicativo, a partir da próxima terça-feira (27), a categoria pode se reunir novamente e decidir pela paralisação imediata dos serviços. A ideia do sindicato seria o de envolver a prefeitura de Pelotas na negociação. Caso não haja avanços até o início de dezembro, uma nova assembleia deve definir pela paralisação ou outras estratégias. O secretário Flávio Al Alam, de Transporte e Trânsito (STT), garantiu que a prefeitura não se envolverá na negociação. Caso se confirme a greve, a estimativa é que em torno de 100 mil usuários sejam atingidos na cidade.
O Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP), responsável por operar as linhas urbanas, comentou na tarde desta sexta-feira que ainda não havia sido notificado do indicativo. Pelos prazos legais, após a decisão em assembleia, a categoria precisa respeitar o prazo de 72h antes de realizar outra assembleia e decidir pela paralisação dos serviços. “A negociação está ajuizada no Tribunal Regional do Trabalho. O momento é crítico para o transporte coletivo urbano em todo o país”, avaliou o diretor executivo do CTCP, Enoc Guimarães.
Problemas na negociação
A principal crítica da entidade representativa dos trabalhadores é pelo alto aumento na tarifa, não repassado em salário aos motoristas, cobradores e fiscais. “Tiveram quase 11% de aumento na tarifa, desconto de 46 centavos no diesel ao longo do ano, diminuiu frota, unificação de linhas. E pra nós? Só mais trabalho”, criticou o presidente em exercício do STTRP, Claudiomiro Amaral. Foi também nesta quinta-feira que os trabalhadores já receberam o índice da inflação, oferecido pelas empresas. Ao todo, a pauta completa trata de intervalos, entre outros direitos.
De acordo ainda com o sindicalista, os trabalhadores se mostraram mobilizados e indignados lotando a sede do sindicato, na rua Senador Mendonça. Amaral também criticou a postura do sindicato patronal das empresas componentes do CTCP, de não sentar na mesa com os trabalhadores para ouvi-los. “A categoria vai continuar na luta por salário digno. A gente quer respeito”, garantiu.
A reportagem não conseguiu contato com o presidente da SETRP, Jorge Oehlschlaeger, que representa as empresas na negociação.
Reajuste recente
No início de novembro, a prefeitura decretou o reajuste da passagem, de 10,7%. O valor da passagem passou de R$3,35 para R$3,70, um aumento de 35 centavos por passagem. Sem conseguir avançar nas negociações, o STTRP chegou a solicitar, sem sucesso, a revogação do reajuste até que seja resolvido o impasse entre os empresários e trabalhadores.
Alternativas para o usuário
O secretário de Transporte e Trânsito (STT), Flávio Al Alam não esconde as críticas ao movimento de paralisação. Na opinião do chefe da pasta, “a sociedade não pode pagar por isso”, disse na tarde desta sexta-feira. Ele também informou que ainda não havia sido notificado oficialmente sobre a decisão da assembleia. “A partir de segunda-feira, vamos começar a traçar estratégias para diminuir ao máximo o impacto aos usuários, numa possível parada”, adiantou. Al Alam também manifestou esperar um entendimento rápido entre os empresários e trabalhadores para não prejudicar os usuários.
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